terça-feira, 9 de junho de 2015

Silêncio

 "As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio.

.Franz Kafka.










Eu, sereia mitológica de tempos imemoriais
De mares bravios e reais
A mim coube, por destino ou escolha
Desbravar as profundezas, recôndidos e abismos
Solitária, desgarrada do bando
Voltei-me contra os deuses e seus desmandos
Neguei a efemeridade do canto-armadilha
E quis minhas escamas quentes e macias


Eu, sereia arquetípica anacrônica
Me alimento da verdade velada
Não da frivolidade amarga
De uma trova qualquer, em um porto ou outro encenada
Minhas águas são sempre agitadas
E não me interessa o encantamento que mente
Prefiro a negação do descrente
Que não se deixa enganar


Eu, sereia anárquica encarnada
Meus domínios são os mares do inconsciente
Para onde te levo enquanto te chamo, te atraio   
Mergulho no escuro do desconhecido
Busco um tesouro escondido
Que nunca foi encontrado

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