terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O Feminino em arquétipos e cores

“Com muito prazer teria incendiado igrejas e destruído caixas postais, embarcando numa onda de violência para defender os princípios da liberdade política, se não tivesse pavor à ideia de ser presa, de greves de fome... Apesar de gostar do papel de mártir, não tive coragem suficiente para exercê-lo"

.Madame Yevonde (in Câmera. The Women’s Book Club. 1940, p.37). 

 

Auto-retrato


Yevonde Cumbers Middleton (1893-1975) nasceu na Inglaterra e tornou-se conhecida como Madame Yevond. Filha de um fabricante de tintas de impressão, foi criada e incentivada pela família a ser uma mulher independente e, diferente de suas contemporâneas, acreditava que as mulheres podiam ter outras escolhas além de ter que se casar com um marido apropriado.

Seu engajamento na luta pela emancipação feminina como um todo e sua atuação nos movimentos sufragistas influenciaram profundamente a obra dessa fotógrafa que fez de sua carreira uma bela e desbravadora jornada através da sexualidade feminina e seu papel na sociedade.

Naquela época, mais especificamente anos 30, a fotografia em cores já existia mas era ainda um processo trabalhoso e considerado vulgar pelos fotógrafos de arte, sendo utilizada apenas na publicidade. Mas ela não era uma conformista e foi mais longe. Utilizando-se do processo Vivex e de filtros, suas fotografias apresentam cores saturadas com um toque surrealista. 

Em sua exploração do feminino, constantemente ela traz imagens arquetípicas, identificando influências históricas que possuem atributos como coragem, força, segurança, fragilidade a fim de dialogar com a mulher moderna e repensar seu lugar social.

A série As Deusas apresenta 23 modelos personificando as várias possibilidades do feminino. Ah, se a sociedade e os homens dessem mais valor a mulheres admiráveis o feminino seria muito mais sublime!!!













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