quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Dialética da carne

"Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel"

.Hilda Hilst.





Ato 1



Passo os dias te buscando em entrelinhas
Tentando te alcançar na poeira dos teus passos
Lentos e pesados
 que me mantém presa a ti se te afastas
Quando doemos um ao outro
Entre espinhos do jardim que nós mesmos cultivamos



Ato 2



Me acendes em luzes de neon
E fogos de artíficio
Com tuas mãos em brasas,
Me dominas em tuas garras
 Onde me deixo lânguida
Na entrega urgente de uma fome que não passa
De uma sede que não se sacia aos goles
Em pequenas mortes
Prelúdios da eternidade em frações de segundos.





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